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Anestesia no Parto Normal

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Mensagem  Djane Senna Seg Set 13, 2010 4:06 pm

De todo o universo de emoções e expectativas que envolvem a gravidez, o medo de sentir dor é talvez o que mais assusta as grávidas. Muitas preferem recorrer à cesariana a ter que enfrentar as dolorosas contrações. O que muitas gestantes não sabem, porém, é que hoje, graças aos avanços da anestesiologia, é possível dar à luz através do parto vaginal sem dor. “Chegamos a uma técnica que elimina o sofrimento da paciente, e tem como princípio não atrapalhar o trabalho de parto e não ser tóxica nem maléfica para o feto”, explica o anestesiologista Luciano Braun, presidente da Sociedade Pernambucana para Estudo da Dor.

“Tive parto natural. Foi maravilhoso e supertranquilo”, diz Sávia Gavazza, mãe de Maria HelenaEssa redenção das mulheres, que sempre sonharam com parto normal, mas têm pavor de sentir dor, foi possível graças à chamada analgesia peridural contínua. Nesta técnica o anestesiologista introduz cateter (espécie de tubo) na região lombar onde é injetado anestésico local em doses suficientes para tirar a sensação dolorosa em cada período do trabalho de parto. “Na fase inicial a analgesia não deve influenciar no tônus da musculatura do períneo (região entre a vagina e o ânus) para que a mulher possa fazer força para levar o bebê para o canal de parto e, na fase final, a musculatura tem que estar relaxada para que o feto possa ser expulso”, detalha.

Outra vantagem dessa analgesia é que a grávida fica permanentemente consciente e pode até andar pela maternidade. São detalhes que proporcionam conforto. “Foi um parto rápido e nada doloroso. Não dei um grito sequer”, recorda-se a professora de música, com ar de satisfação ao falar do parto do filho Caio, hoje com 9 anos. O mesmo contentamento é relatado pela engenheira civil Sávia Gavazza, quando lembra do momento que deu à luz Maria Helena, sua filha de 4 meses. “Tive um parto normal, sem sentir as dores que as mulheres tinham antigamente. Eu não sentia a dor, mas percebia o movimento da contração e aí eu fazia força. Foi maravilhoso e supertranquilo.”

O especialista em dor Luciano Braun aponta os vários benefícios da analgesia peridural contínua

Mas por que essa técnica analgésica é tão pouco divulgada? De acordo com obstetras e anestesiologistas, porque no Brasil ainda há uma predileção por cesarianas e, além disso, muitos mitos cercam a anestesia no parto. A falsa ideia de que a mulher, ao ter filhos, está irremediavelmente fadada a sentir dores é um deles. Trata-se de um pensamento bíblico, as Escrituras advertiam à mulher: “Parirás com dor”.

Gláucia Guerra incentiva uso de técnicas naturais, mesmo os livros de literatura médica não ajudavam a aliviar o sofrimento das grávidas, pois segundo Luciano Braun, muitos estudiosos afirmavam que a dor do parto era psicológica. Até hoje o senso comum defende esse princípio. Quem nunca ouviu dizer que as índias têm seus filhos no meio da floresta sem sofrer? “Este pensamento só foi abolido quando o pesquisador John Bonica, em meados dos anos 80, publicou estudo onde verificou que eram justamente essas mulheres que mais sofriam, porque não contavam com conforto ou apoio. Ocorre que, por uma questão cultural, elas não reclamavam”, justifica Braun, que é ex-presidente da Sociedade Brasileira do Estudo da Dor (SBED).

Outro mito é o de que a anestesia pode prejudicar o bebê e atrapalhar o trabalho de parto. “Antigamente usava-se anestésico em quantidades elevadas, provocando bloqueio motor nas grávidas, impedindo-as de fazer força e levando a realização de cesária e fórceps. Mas hoje usamos menos fármacos, a técnica evoluiu, é segura e não interfere no trabalho de parto”, garante a anestesiologista Flávia Orange.

Ela afirma com a segurança de quem elaborou tese de doutorado no assunto, defendida na Universidade de Campinas. Flávia investigou 70 grávidas, metade foi anestesiada e a outra, não. O resultado mostrou que o fato de usar anestésico não aumentou a incidência de cesárias e fórceps feitos.

“Também foi demonstrado que o grau de satisfação das mulheres que receberam analgesia foi maior e a duração da primeira fase do trabalho de parto nelas foi mais rápida, acelerando o nascimento da criança”, explica a anestesiologista. Essa rapidez foi realidade para Sávia Gavazza, que teve as primeiras contrações às 23h, anestesiada à meia-noite e às 3h30 já estava com sua Maria Helena no colo. Já com Sílvia Rocha uma hora após receber a anestesia terminara o trabalho de parto.

A médica Érika Guerra recorreu às técnicas não farmacológicas para ter o filho Caio, hoje com 2 anos. Assim como a tese de Flávia, outros estudos científicos comprovam os benefícios da analgesia e muitos ressaltam que o sofrimento é prejudicial às grávidas e ao bebê. A dor interfere no organismo, aumenta a pressão arterial, frequência cardíaca, e o estresse provoca liberação do hormônio noradrenalina, que inibe o trabalho de parto. “Devido à dor e à grande quantidade desse hormônio, as contrações uterinas ficam pouco coordenadas e menos efetivas. A paciente pode ter muita contração, mas a dilatação não progride”, adverte Flávia Orange.

A ideia de que a gestante deve ser anestesiada apenas quando estiver com dilatação maior é outro mito. “A analgesia pode iniciar em qualquer fase do trabalho de parto e o momento ideal é quando a paciente começa a sentir dor”, assegura Luciano Braun.

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